Dana Nunes: uma trajetória dedicada ao fortalecimento da indústria pelo IEL
Com mais de 20 anos no Sistema FIEC, Dana Nunes vê o autoconhecimento e o foco nas pessoas como pilares da sua liderança
Com uma carreira de mais de duas décadas dedicadas ao Sistema FIEC, Dana Nunes destaca-se hoje como uma figura central na inovação e no fortalecimento da indústria cearense. Como Superintendente do Instituto Euvaldo Lodi (IEL Ceará), ela também assume a liderança da área de Fortalecimento Sindical da Fiec e do portfólio de Transformação Digital da instituição, conduzindo projetos que reposicionam a instituição com um foco estratégico no futuro e nas necessidades do mercado.
Natural do Ceará, Dana é formada em Administração pela Universidade Estadual do Ceará (Uece) e em Letras pela Universidade de Fortaleza (Unifor), tendo construído toda a sua trajetória profissional no universo corporativo, com ênfase no desenvolvimento industrial.
Inspirada por uma intensa paixão pelo trabalho e um forte comprometimento com a missão da instituição, ela iniciou sua jornada no Sistema Fiec como estagiária em 2003 e evoluiu em sua carreira, assumindo a superintendência do IEL Ceará em 2019, por nomeação do presidente Ricardo Cavalcante.
Ao longo de sua trajetória, Dana Nunes tornou-se referência por sua capacidade de realização, visão 360 do negócio, pensamento estratégico e agilidade na tomada de decisões. Sua gestão busca equilibrar a inovação com o desenvolvimento das pessoas, fortalecendo o associativismo e impulsionando o empreendedorismo industrial no Ceará.
Em entrevista ao O POVO, ela relembra sua trajetória e comenta sobre a sua liderança na superintendência do IEL Ceará. Resultados conquistados a partir de um ciclo contínuo de aprendizados, sempre pautados no desenvolvimento de pessoas, no autoconhecimento e na busca constante por conhecimento. Confira!
O POVO – Dana, olhando para sua trajetória profissional, quais foram os marcos mais importantes que a conduziram até a superintendência do IEL Ceará?
Dana Nunes – Minha trajetória começou no próprio IEL Ceará, como estagiária, há mais de 20 anos. Foi aqui que dei meus primeiros passos profissionais e evoluí, pouco a pouco, em cada experiência, em cada projeto. O IEL me proporcionou aprendizados fundamentais que moldaram minha carreira. Em 2019, o presidente da Fiec, Ricardo Cavalcante, e a sua diretoria, confiaram a mim o desafio de liderar a instituição. Estar na superintendência do IEL Ceará representa muito mais que uma conquista profissional. É resultado de um grande ciclo de desenvolvimento contínuo, em que tenho a oportunidade de retribuir tudo o que aprendi, ajudando a transformar e desenvolver vidas, que é a essência do IEL Ceará e algo que marcou profundamente minha história.
OP – Quais aprendizados adquiridos ao longo da sua carreira você considera essenciais para sua atuação atual?
DN – Antes mesmo de estar à frente do IEL, eu já acreditava que o verdadeiro sucesso vem quando colocamos as pessoas no centro das decisões, quando compartilhamos, inserimos e valorizamos talentos. Liderar, para mim, é inspirar, ouvir e criar as condições para que cada pessoa possa dar o seu melhor. É ter sempre as pessoas certas, no lugar certo, porque assim tudo fica mais fácil. Outro grande aprendizado é nunca parar de estudar, de querer aprender. Conhecimento é algo que ninguém tira da gente e quanto mais a gente se desenvolve, mais ficamos preparados para os desafios seja da vida profissional, seja da vida pessoal. Também acredito muito na importância do autoconhecimento, que nos traz clareza para nos levar aonde queremos chegar.
OP – Na sua visão, quais são os maiores desafios do Ceará em relação à formação de talentos e à integração entre academia e setor produtivo?
DN – Um dos grandes desafios é transformar o enorme potencial da nossa juventude em oportunidades concretas. Temos instituições acadêmicas de excelência e um setor produtivo pujante, mas ainda existe uma distância a ser encurtada. Precisamos fortalecer os mecanismos de integração entre esses dois mundos para que o conhecimento gerado na academia chegue mais rapidamente às empresas e, ao mesmo tempo, que as demandas do setor produtivo retroalimentem os currículos e práticas pedagógicas. No IEL Ceará, procuramos construir projetos que vão além da qualificação. Nossas iniciativas não buscam qualificar, só por qualificar. Procuramos construir oportunidades de fazer essa conexão entre os talentos e as oportunidades do mercado. Exemplo disso é o projeto Geração Tech, que desenvolvemos em parceria com o Governo do Estado, via Adece. Além de capacitar jovens para a área de tecnologia, criamos a oportunidade de aproximá-los das empresas, unindo oferta e demanda. Já vamos para a terceira edição desse projeto e o que a gente vê é que o que os jovens precisavam era oportunidade, alguém para estar junto deles. E a Federação, o IEL, o Governo do Estado e a Adece chegaram junto dessas pessoas para qualificar, inserir no mercado e ajudar na transformação de suas vidas.
OP – Como o IEL pode contribuir de forma ainda mais efetiva para a preparação dos jovens diante das novas exigências do mercado de trabalho?
DN – O IEL Ceará é uma ponte entre o jovem e o mundo do trabalho. Possuímos uma gama de soluções focadas no desenvolvimento desse público e cada vez mais buscamos novidades que possam agregar às nossas iniciativas. Além do Geração Tech, desenvolvemos nas escolas SESI SENAI um programa de Orientação de Carreira, que é referência nacional. Esse projeto surgiu aqui no Ceará e sua metodologia serviu de base para um programa nacional que procura desenvolver a maturidade para uma escolha profissional assertiva, inclusive apresentando as oportunidades existentes na indústria. Também atuamos com os programas de Estágio e de Jovem Aprendiz, que são diferentes dos demais ofertados no mercado por trabalharmos competências socioemocionais, digitais e de liderança. Queremos preparar jovens que saibam aprender continuamente e se reinventar diante das mudanças.
OP – Quais mudanças sociais e tecnológicas mais têm impactado o desenvolvimento das competências profissionais no Estado?
DN – Vivemos uma era de aceleração digital. A inteligência artificial, a automação e as novas formas de organização do trabalho estão transformando radicalmente os perfis profissionais, exigindo novas habilidades técnicas, como domínio de ferramentas digitais, pensamento analítico e capacidade de lidar com dados. Além disso, a sociedade cobra posicionamentos mais humanos e conscientes das empresas e dos profissionais. Isso exige que as pessoas desenvolvam não apenas habilidades digitais, mas também competências sociais e emocionais, que são fundamentais para o trabalho em equipes diversas e em ambientes cada vez mais dinâmicos. Esse conjunto impacta profundamente as competências exigidas. Hoje é necessário aprender rápido, adaptar-se e desenvolver uma visão sistêmica que vai além da técnica. O equilíbrio entre o conhecimento tecnológico e as soft skills é, sem dúvida, um dos maiores desafios e ao mesmo tempo uma das maiores oportunidades para qualquer profissional hoje em dia.
OP – De que forma você enxerga a inovação educacional e tecnológica moldando a relação entre empresas, universidades e trabalhadores?
DN – O IEL Ceará surgiu com a missão de aproximar as indústrias das universidades. De início, isso acontecia somente por meio dos estágios, mas hoje nossa atuação é muito mais ampla. Em 2021, fomos reconhecidos como Instituto de Ciência e Tecnologia (ICT) e passamos a atuar mais fortemente por meio de conexões entre as universidades e as empresas em busca de ideias, na academia, para os desafios reais das indústrias, transformando conhecimento em soluções aplicadas que impulsionam a competitividade e a sustentabilidade do setor produtivo. É no âmbito do ICT que pesquisas inovadoras voltadas ao desenvolvimento tecnológico são apoiadas e desenvolvidas, onde pesquisadores transformam prática em ciência e, mais do que isso, onde o IEL Ceará se consolida como um agente ativo no ecossistema de inovação, capaz de gerar conhecimento que orienta políticas públicas e fortalece a indústria. Esse círculo virtuoso cria uma verdadeira integração em que cada ator contribui para gerar valor, ampliar a competitividade e preparar o Ceará para desafios globais. Também é importante mencionar que o IEL Ceará investe e apoia a formação de Recursos Humanos para Ciência, Tecnologia e Inovação no time interno do próprio IEL, com agregação de valor na jornada do conhecimento dos colaboradores compostos por especialistas, mestres e doutores.
OP – Que áreas estratégicas o IEL e o Ceará devem priorizar para garantir competitividade no cenário nacional e internacional?
DN – Acredito que, para garantir a competitividade do Ceará em escala nacional e internacional, precisamos priorizar o capital humano, passando necessariamente pelo fortalecimento da liderança. O IEL Ceará tem um papel decisivo nesse processo e por isso vem direcionando esforços para formar gestores e executivos preparados para conduzir organizações em um ambiente de transformação constante, investindo em soluções como o Programa de Desenvolvimento de Líderes e, especialmente, o Programa de Educação Executiva Internacional. Essa iniciativa conecta os líderes cearenses aos maiores centros de conhecimento do mundo, ampliando sua visão global e oferecendo experiências acadêmicas e práticas sobre temas como inovação, inteligência artificial, energia, sustentabilidade e transição energética. Trata-se de um movimento estratégico, que não apenas forma líderes mais preparados, mas também posiciona o Ceará em um patamar de protagonismo, fortalecendo o diálogo entre setor produtivo, governo, universidades e ecossistemas globais de negócios.
OP – Quais projetos ou sonhos futuros você tem, tanto para sua carreira, quanto para o IEL Ceará?
DN – Meu sonho é que o IEL Ceará se consolide cada vez mais como referência na formação de talentos e na aproximação entre academia e setor produtivo. Quero ver nossos jovens sendo protagonistas de grandes transformações e cada vez mais empresas buscando o IEL como parceiro estratégico para inovação e competitividade. Meu desejo é que o IEL permaneça sendo essa instituição que acolhe pessoas em qualquer fase da vida, seja no primeiro estágio, na transição de carreira, no caminho para a liderança executiva ou nos seus negócios. Pessoalmente, meu propósito é continuar ampliando esse legado e ser uma liderança que apoia o desenvolvimento das pessoas, incentivando o time para cumprirmos com excelência a missão tão bonita e inspiradora do nosso IEL.
OP – Que conselho você deixaria para os jovens que estão entrando agora no mercado de trabalho?
DN – Diria que acreditem no potencial que carregam e nunca parem de aprender. O mundo está mudando em uma velocidade sem precedentes e a melhor ferramenta que o jovem pode ter é a curiosidade. Busquem conhecimento, desenvolvam habilidades socioemocionais e entendam que os desafios são também oportunidades para quem está disposto a se reinventar. O mercado valoriza cada vez mais quem é capaz de atravessar as mudanças com resiliência, compromisso e inovação. O futuro é de quem sabe unir competências humanas às ferramentas tecnológicas.
OP – Há algo mais relevante sobre o IEL ou sobre sua visão de futuro que ainda não tenha sido abordado?
DN – Gostaria apenas de reforçar o orgulho que sinto de liderar uma instituição que transforma sonhos em realidade. O foco não é apenas nossos clientes e parceiros, mas sim nossos colaboradores também. Acredito que o maior legado da liderança é permitir que as pessoas se desenvolvam, que conquistem seus sonhos e sejam felizes no ambiente de trabalho. É por isso que digo que o IEL é mais que um espaço de desenvolvimento, é um transformador de sonhos. Essa convicção é o que me move todos os dias. O futuro do Ceará depende da qualificação das pessoas e o IEL seguirá firme nessa jornada como um braço forte que desenvolve, inspira e transforma.